Tu viu O Pestinha, né?
Aquele gurizinho branquelo de cabelo vermelho e cara toda sardenta, que era o diabo em figura de gente. Saca? Por favor, se não saca, volta pra Terra, porque tem coisa que tu TEM que saber. De qualquer forma, dá o play no vídeo aí embaixo pra um remember de umas das cenas que eu mais curto ever:
Ok. Vamos partir do princípio que tu é um ser humano normal que assistia Tela de Sucessos, no SBT, e viu a película no mínimo umas 15 vezes (porque, vamos combinar, né SBT?). Anyways.
Para pra pensar: o guri era excluído, todo mundo olhava torto pro moleque, e o povo esperava O QUÊ? Me diz: o que tu espera de uma criança sem amor, sem carinho e sem afeto? Não preciso nem responder. A questão é: Junior, o menino, era mais normal do que muita gente por aí. Quem nunca aprontou das suas? A diferença é que o guri era inteligente pra caramba, e podia ser um pouquinho mais ousado nas suas peripécias. Dá pra dizer que ele era tipo o matador, já que - #ficadica - na sequência do filme, a trilha do Exterminador do Futuro embalava as traquinagens do pirralho.
Agora, pega O Pestinha, filmado há mais de 20 anos (sim, tu tá velho, camarada), e coloca nos dias atuais. Dá uma espiada em alguma sala de aula qualquer, e vê se a gente não tem um milhão de pestinhas do nosso lado, e nem se liga, de tão natural que isso já virou. A diferença é que, no lugar de cortar as tranças das colegas, as crias, agora, têm metralhadora e um milhão de referências pra praticar crueldades. Crueldades, não traquinagens.
O Pestinha, se tu parar pra analisar, foi um dos pioneiros nessa história de bullying (isso tu saca, né?). Poxa, o menino só queria um pouquinho de amor. No lugar, ele era taxado de mau, de encrenqueiro, whatever. Se esse guri tivesse nascido hoje, ele seria mais um entre tantos que sofrem com as “brincadeiras” e gozações no colégio e, das duas, uma: ou ele seria um coitadinho, sofredor, depressivo, ou ele seria esse guri, que agora tá em todas porque revidou a provocação do coleguinha querido (bem feito, by the way).
Eu sempre fui solidária ao filho adotivo do Ben Healy, interpretado por John Ritter (o cara do Three’s Company que, infelizmente, já tá do lado de lá). Convenhamos: o guri usava uma gravata borboleta, chamava um assassino de “tio”, era “o” excluído, e tinha tudo pra ser a coisa mais problemática e bizarra do planeta, e não era. Não que isso seja bullying da minha parte, longe de mim.
Ele não era uma peste: era só alguém tentando (MUITO) mostrar o seu lugar enquanto gente e enquanto criança. Na real, eu acho que essa criançada que sofre de bullying devia pegar o exemplo do Junior e mostrar que tá na pista pra negócio. E, digo mais: acho que o filme é a solução pra muita criança que sofre pelos cantos com as provocações hoje em dia. Duvido que alguém que passar pela escola formadora de pestinhas do bem vá ter problemas na vida adulta. É tudo uma questão de se posicionar perante a sociedade. Sem plantar a discórdia, claro.
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